Delírio de Cotard


Estou morta. Seca por dentro e por fora.

Nos meus pulsos não vibram nada na extensão do meu ser.

Meus olhos são enormes vácuos, vazios...

Eu não sou ninguém. Caminho morta.

Alimentando minha sede convulsiva,

Vagando sem batimentos, sem sangue, sem nada.

Eu sou um corpo vazio que foge para continuar existindo,

Uma ventania silenciosa no meu intestino, que já não há,

Que apodreceu em meu nome todas as esperanças,

Eu não estou falando com meu corpo, aqui quem fala é uma alma,

Enferma, putrefata, em sua essência absoluta e moribunda.

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