
As flores derramam seu perfume intrínseco em minha memória,
Lembranças da infância, do asfalto úmido e das sapatilhas arrastando na calçada.
A memória codificada da brisa alerta ao entardecer,
E meus passos largos amaciavam os pés ao chão.
E a primavera abrindo um sorriso largo,
Na minha infinda magnitude do pesar.
As pernas debruçadas na solidão exaustiva,
Declamando a chegada das flores...
Meus braços agarram sua presença,
Levando ao peito a maciez e delicadeza
De uma Primavera desenhada em guache ou fotolito,
Aspirando a incerteza corriqueira,
Num poema, num cinema, na coxia do Teatro,
Nas paredes, nas escadas, poltronas, camarins,
Nos asilos, nas montanhas, no teu beijo ou afago,
Nos jardins de Ferro e vidro das cidades,
Nas luzes à noite, nos becos e em belas canções,
Deslizando nos vestígios de papel, qualquer rabisco...
2 comentários:
Noturnos...
Sempre!
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