Amor Pirata



Em algum porto, não muito seguro, um coração de pirata ancora em meus braços,
no desleixo das ondas, na dúvida das rotas e na insensatez de palavras soltas.

Em algum porto, não muito seguro, diz que me ama em palavras bêbadas e me beija com hálito de rum.

Em algum porto, em alguma verdade, sentada sob o horizonte, meus olhos se desmancham na imensidão do oceano à beira da praia.

As matizes de azul se confundem, em algum porto, não muito distante e atraca o navio dos meus sonhos, trilhando minha saudade, balbuciando minha dor.

Nos seus cabelos ondulam as batidas do meu coração, em seu pranto estão minhas lágrimas
em seu sono está meu sossego.

E apenas desejo que esteja, que fique enquanto puder, que retorne quando a mim desejar em teu colo, sem pensar em amanhãs...

E cada um desses dias e cada uma dessas noites, únicas e eternas, jamais se repetirão.
E cada toque, cada sussurro, apenas um.
Em silêncio ou em palavras...
Nos braços incertos, um porto, nada seguro...

Entre desejos e realidade
Aventurando-se por sete mares,
Há de explanar no horizonte uma bandeira negra.

Se não forem devorados por sereias e outras feras marinhas, há de ancorar em meus braços o coração de um pirata.

1 comentários:

Terra Náuas disse...

Que poesia linda... Entendo bem este sentimento... eu que sou um pirata de água doce

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