Insônia maldita


Insônia maldita!
Me fere, me inspira.
Desintegra meu sono
Silencia os pesadelos
Esta insônia sombria.

Insônia insana.
Me perde na cama
Pensamento, devaneio
Franzindo olhar
Desmentindo meus erros.

Insônia lasciva
Me persegue, me ama
Transtorno de cama
Me apodrece, me chama.

Eu preciso correr
Para não desaparecer
Entrar nesse túnel de desespero
Eu preciso correr
Para não me perder
Nesse mundo de drama

Me enrola em seu véu estimulante
Com seu olhar deslumbrante
Finca em minha carne o teu mel
De importuno imune do sono
Com desgaste de amores e triunfos
Despendidos do colo de fel

Em tons pastéis
Eu me deito no chão do abandono
Para chorar o resto do sono
Que me leva para longe do tono
Que te clama, te chama, te quer!

Insônia maldita,
Meu canto é de pranto
Desespero encantado
De paisagens e letras
Rabiscadas na memória
De idéias corriqueiras
Penetradas no fundo do papel.

Insônia, tua infame maldita!
Louca, puta inibida!
Não te quero, mas tu trouxeste minha ira,
Para contemplar essa folha de papel.

1 comentários:

Paulo Falts disse...

Letônia! Massa seu texto em homenagem à digníssima! Mas não deixa ela ler esses insultos aí, que ela fica mais irada!

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