Homens escravos do próprio homem e de suas ambições



homens nus carregam fontes
para dentro do túnel
essas fontes refletem seus sonhos
que espalham a luz dos sentimentos

estes homens são mais frios
que a minha sopa
e seus destinos estão longe
de ser concluído...

nas mãos carregam os escudos e espadas
mas no peito carregam o terremoto
que trepida em toda pele
a ponto de explodir...

suas laminas só cortam amores
e doenças, medos e desesperos
não cortam inimigos
pois estes mesmos homens
são cegos da verdade

lasque as mangas do teu miserável destino
rasgando os beijos das donzelas pelo caminho
homens correm nus suas lembranças em pergaminhos
são estes escravos, gladiadores com suas esperanças
e após a morte debatem-se na terra

ao entardecer carregam seus filhos para esconderijos
aqueles que ainda tem seus filhos...
que ainda tem suas esposas,
ou que estas foram estupradas para dentro de um abismo
sem saber para onde estavam indo...

cumprem as suas próprias leis
de homens livres
mas que livres jamais serão
pois tem cerrado o punho
e manchado o sangue
com suas origens...

homens que não são menos homens
mas não são senhores de si mesmos
mas lutam com sua força
com o luto e sofrimento
ódio avassalador que devora o inimigo
para não perder o resto que lhe sobra
a liberdade de vida...

homens que fogem sem destino
e nem sabem o motivo
e arruinados... Caminham para onde...
em sua verdadeira paixão esconde-se
o perigo, este que corta suas próprias gargantas
com a adaga da escravidão...

uma degola injusta, porem real
que elimina a essência de qualquer ser
um furo no peito e outro na alma
que retira tua própria existência
resumida a nada...

mas os mistérios da humanidade
ninguém desvendou
o espírito indômito do ser...
o âmago destruidor
apenas como animal,
não menos irracional
não mais racional

tais homens iguais...
tais homens indômitos
tais pobres e ricos
hebreus e cristãos...
eles se vão...
E nunca serão menos escravos que os outros
nem mais homens...

e ainda que liberte-se das correntes
infortunado retornará a escravidão absoluta
dentro do seu próprio coração
oprimido pelo mundo
e pela sua própria consciência

homens nus somem no infinito
seus alimentos são os peixes
que acreditam ter sido oferta dos deuses

mas eles retornam aos sofrimentos
aos jogos dos homens
e volta a ser o centro do universo
ou mera marionete dos seus próprios deuses
e sonhos impossíveis de tornarem-se reais...

1 comentários:

Anônimo disse...

muitolindo, palavras certas para pessoas certas.feliz seria aquele que á acolhe e viva na alma e nos obras.

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