PLEIADE...



lembra-me as nuvens se abrir...
no céu cinzento e
que muito além da negritude do universo
havia o paraíso perdido...

e a estrela mais triste tinha olhos brilhantes
e em minha sociedade, escravizada...
elmo destino, enfadonho...
Palavras tristes e rancorosas...

nesse mundo distante eu nasci.
neste céu infinito descobri
que a vida é mais alem que todas as criaturas...
e as criaturas são tão infinitas quanto o universo...

abri as mãos com o meu destino
sinto me um tanto sozinho
onde a terra agora é meu lar
e Gaya a minha mãe.

mas eu sei que fui adotado
e as estrelas, eu estive perdido
e no lugar onde fiquei
perdi o medo da verdade

e o mestre trouxe-me um nome
e deu me as palavras
e deu me a voz e a canção
mas ali... No mundo que perdi
eu era Deusa

aqui no mundo que estou sou nada
um sentimento envolto de mentiras
estava rebelando em mim
e eu perdi mais que tudo
perdi o eu interior

a plêiade se vai ao espaço
depois da morte
sua sepultura negra coberta de pontos luminosos
em pó está os seus pedaços.

a plêiade voltou pra casa
pedindo perdão, dormindo acordada
a plêiade voltando pra casa
o escravo partiu com as lembranças

a plêiade se vai
e vocês mal se importam
pois a plêiade voltou para casa
e eu nem sei se foi por mim
ou por nada

só sei que a plêiade se vai pelo infinito
a plêiade se consome nas montanhas geladas do éden
e consuma-se nas tristes desilusões interiores
e vende-se pela verdade
e ama-se pelo mundo

a plêiade é homem e mulher
a plêiade é anjo e deusa
a plêiade se perde no infinito
e volta para casa na insólita despedida

e ela é tudo que não podemos ver
e ela é tanto que nem você
e para quem não a ver
esta sou eu...
e como eu deveria ser...

o sentimento que roda em torno de um pergaminho
e a sanidade se esconde nas paginas de um livro
meu medo é perder-me como a plêiade
minha vontade é sumir como este.

a plêiade se vai
depois de ter sido levada, arrancada
da sua imaginação
e ela parte com a sua própria verdade nas mãos...

a plêiade despede-se com a "laschia ch'io pianga"
e nem sente que é humano, nem ver que chora
e apenas se deixa levar pelo visor universal

na melancolia absoluta do movimentar das naves
das cores que jamais viu
do mundo seu que não lembrava
"sospiri la libertà"

e que no teu sonho apenas... "sospiri... sospiri... la libertà"

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