
a imensidão infinita da noite
leva-me a você...
A noite rubi me provoca calafrios
e o seu suor infinito
me causa dor...
essa sua imagem penetra o meu inconsciente
e eu sou sua luz e você é a minha escuridão
quando me perco em uma triste insatisfação
suas mãos levantam-me dos pesadelos
e afogam-me nos sonhos...
já não penso
pois pensar me faz cansar
e nesta vida não pude te ver
apenas em sonhos
mas sei que voltarei
para as estrelas só para busca-lo
minha riqueza se foi com o tempo...
e também envelheci
quando cheguei ao mundo real
era apenas cinzas
era toda dor...
as pessoas são como lapides
anjos esculpidos nas torres
e eu sou apenas um reflexo disso no seu enorme espelho
quando a luz se apaga
posso ver-te
quando o sol me beija te perco
e sua melancolia me faz chorar...
pois sei que se voltar serei apenas um registro
na nova existência estarei sempre morta
para a lua que me traz o seu sorriso...
e para o sol que desperta-me do pesadelo
e me faz viver realmente cada desejo...
pela manhã, toda saudade é feiticeira
e quando você corre o caminho da noite
pra me arrancar da realidade
eu suspiro implorando que solte-me
e voe para longe
como uma águia traiçoeira
ou passe a vida amaldiçoado por Zeus
sendo atacado toda noite no topo da montanha
e que esta águia que será você mesmo
bicará o seu homem interior e comerá
seu fígado todas as noites...
pense no meu amor...
pense como se nós dois fossemos apenas
Cleópatra e Marco Antonio...
como se nós fossemos apenas reflexos de uma maldição
esqueça que o universo me criou
esqueça que sou uma ninfa no lago protegido
pela mentira
e seja apenas um grande herói
lutando pelo seu temor...
forçando-se a ser herói...
e eu Medeia, matando nossos filhos...
e para proteger meu nome, furo os dois olhos,
e como do meu próprio veneno
escondido em pulsação dentro de uma Naja.
Mas não seja impune, grande rei!
Seja vingativo até a próxima vida...
onde poderá me trancar em uma torre e
eu possa cantar a verdadeira imaculação da minha voz
para que você possa tirar me a língua e
deixa-la sobre o meu peito aberto
sofrerei as Hades quais cometi...
e estarei pronta para gritar...
mas nenhum som partirá da minha boca
e assim serei uma eterna "scène d`amour"
e perderei a minha liberdade pelo amor
que não quis corresponder
para deixar-me livremente dormindo
em camas separadas e
outros universos
por medo da morte...
e assim serei sempre a Diva de Verdi
e a tua ' dominus tecum'
"benedictus... benedictus...
in mulieribus"...
"et semper"... "et luci"...
e em meu próprio Éden sonâmbulo
"requiem aeterna dona eis"...
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