
quem abrir a porta e
a partir da minha tristeza guiar-se
comprará meu coração
em uma forma de vidro...
e nos olhos fixados poderá enxergar a minha eterna dor
sensação de ardor..
e penitencia...
porque tudo que tive
tenho e terei
foi parte do sofrimento que passei
não fui a batalhas, nem chorei lágrimas de sangue
apenas fui só caminhando pelas ruas e
lânguido escorreguei em meus próprios pensamentos...
e em flores de plásticos...
tão plástico...
artificial como este meu sorriso...
e você pergunta por que eu não ajo de outra maneira
e você abafa meus sentimentos
em sua geladeira... Refrigera minha alma
a fim de conservá-la, é tudo em vão...
mas é tudo mágoa
você vem de leve e sai em febre...
você passa o tempo perguntando
por que a loucura me pegou nesse momento.,.
se sou louca... Se doente...
por que não me encaminham a um medico?
Desespero pronuncia-se por desprezo
e minhas lagrimas estão difíceis
de escorrer pela minha face.
e você nem sempre vê...
você me conhece mais do que desconhece
mas você finge que não está me reconhecendo
porque seu amor é o que chamamos
de apego
e o apego vem do medo de está sempre só.
eu não quero falar das rosas...
nem dos amores eternos...
não quero cantar as mulheres de Jorge, nem de Chico...
não quero ser romântico...
tampouco lunático...
mas sei que dentro de mim esconde-se o fracasso...
não quero ouvir a canção que ninguém cantou...
porque elas já morreram beijando de flor-em-flor
e se eu tivesse asas poderia fugir...
para longe de onde vim...
sempre a fugir...
sempre a morrer...
sempre a sofrer...
mas você me condenou o ultimo suspiro
e você me fez vencer todos os caminhos
mas você me deixou na metade do percurso
com a chave nas mãos...
despido de tudo...
e eu pela primeira vez
soube o que era um anjo cair
e senti a principio o que era ilusão
e vi em teus olhos a negritude do espaço
e todo o cheiro da tristeza em minhas mãos...
você não sabe porque escrevo tudo isso
porque você nem sabe quem sou
porque conhecer é eterno, terno e algoz
e você se alastra pelas paredes
como quem não quer partir
mas fixa o olhar desnutrido
nas mesmas flores de plástico
e sente-se preso ao meu destino
e quer ver me e quer matar me!
E quer ter-me e quer largar-me!
E sou posse, sou nada e tudo
e não amo o teu amor imundo
e não quero mais te ver
e odeio amar você
mas não sei o que será quando
te perder
sem você sou lixo
com você sou nada
e comigo você é peregrino do universo impetuoso
não sou fácil
nem sou absurdo
tenho medo nas costas e ódio nos pés
minha alegria perdeu-se
na ultima vez que o trem partiu
e eu falei em tua companhia
o ciclo se fechou...
a dor se partiu...
estamos livres do que nada feriu...
e tuas mãos sedosas seguraram as minhas e
num desejo obscuro você aplicou me uma injeção
era assim que eu desejei morrer...
era em teus braços que quis padecer...
e toda noite que te amei
um dia após te odiei
e nossos filhos
como Caim, Abel
Diana , Apolo
Vênus, ou Marte...
nossos filhos,
Marte... Nossos filhos...
Diana... Deuses do apocalipse
anjos da noite
mórbida e doentia
carrego comigo a sua primeira poesia
viva...
eu não consigo parar de escrever...
pois nunca acaba... Pois é tudo sempre igual...
e você vem me dizer que vai embora
e eu fico com o olhar fundo dentro da sua mente
penetrado como plástico em sua face rubra
e eu não quis tua morte
e não quis teu medo
e daria meu ódio pelo teu amor
e daria a tortura de todo meu corpo
pela salvação da tua alma
e se toda legião de espírito possuir-me
o medo que sentirei, estaria estampado...
mas seria apenas sua grande Medeia
sua anti-ninfa, ou apenas sua Deusa que cai
ao chão envolto de Gaya
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