O silêncio e eu


Sentada e acorrentada a minha ansiedade
Imersa em agonia.
Perdida em uma sobriedade tabagista
Tentando estar sóbria para as decisões
Mas a escuridão me atrai,
O medo desperta minha vontade
Assim como o sofrimento

Então, correndo de encontro aos meus demônios internos.
Eles me despem de qualquer insegurança
Estão certos de si e eu posso sentir o que nunca quis
Eles me acorrentaram em uma cadeira de tormento
Me aprisionaram na solidão da dúvida.
Uma solidão intencional
Onde o mundo caminha contra os meus olhos
E ao que tudo indica, não existe alguém para estender as mãos.

Eu observo meu vulto da infância.
Tento entender se algum dia os rostos foram tão distorcidos como hoje.
E percebo que envelheço por toda eternidade.
E a minha desistência mantêm-se intacta na porta da antiga casa em que morei
Quando o sorriso da infância me acolhe e segurando-me pelas mãos
Ardentes na agonia da perseguição
Sofreguidão sorridente que desmaia no abismo do fracasso.
No principio de coma suspira
para retornar a respirar sem lágrimas.

Está renascendo das cinzas
Entre amnésia, lágrimas e desespero
Preciso da escuridão para enxergar
Profundamente na infância abissal
Eu pude me resgatar
E existe mais do que eu poderia compreender

Segurando forte o destino
Deixei conduzir meu caminho
Com as dores e medos
Mesmo que me joguem à morte
Em tanta dúvida
Deixe-me confundir-me mais uma vez
Deixe-me iludi-lo mais um dia
Eu não preciso das suas juras de amor
Mas eu não preciso descartá-la agora
Leve seus lençóis e seus sonhos
Eu não preciso disso.

Você sabe do que preciso?
Entre os beijos e caricias
O que menos preciso é amar
Preciso que você me dê as costas
Ou tranque sua respiração
Eu não preciso de nada

Preciso que caminhe sentido anti horário
E me jogue aos meus sentimentos
Eu não mereço que você sente e espere
Eu não quero merecer
Ainda que eu sinta necessário
Então, pegue seu amor e
recorte minha imagem do seu coração despedaçado

não quero estar aqui quando você chorar
olhe só para este lugar, tão hostil e tão acolhedor
eu não posso sufocar meu silêncio.
Simplesmente mate seus sentimentos asfixiados
Antes que eu parta seu coração
Antes que eu mate suas esperanças com minhas próprias mãos
Oh, e passe a me odiar. Não desista. Nunca
Eu preciso estar solitária e triste para existir.
Eu não preciso de nada alem disso...

Rasgue suas palavras sensíveis
Não me beije. Bata a porta.
O silêncio e eu.

4 comentários:

Livia Queiroz disse...

O silencio é bom. É necessário. MAs tudo em excesso faz mal, castiga a alma.
Calar diante de si mesma em alguns momentos é magnifico. Mas o bom é a "gritaria" o "barulho" bom que vem depois de encontrarmos o que porcuravamos calada(o)..

Adorei o Post.

E obrigada por seguir meu Blog Mudando de Assunto.

Beijos e apareça!

Juca Lordello disse...

Pq há direito ao grito, então grite.

Gostei da relação com a foto.
silêncio dos inocentes.

:)

Juca Lordello disse...

ahn, p.s: vc tá me seguindo no blog errado. Eu uso o intersticio08. ;)

Edinho Dantas disse...

vc que escreveu? muito forte...

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