
Fotografia e texto Diana Magnavita
Minha mãe sempre me contava sobre minha infância. Ela me falava sobre o parque e os brinquedos que mais me atraiam. Esses que hoje passam despercebidos pela minha memória. Também sentávamos na varanda de casa e observávamos as estrelas, o que até hoje costumamos fazer. Era algo que sempre nos atraiu. Certa vez me falou sobre meu avô, que convivi até meus sete anos, ele também observava as estrelas e esperava que os discos voadores aparecessem na escuridão infinita: Não sei bem o que ele queria dos extras terrestres, o que esperava deles, mas meu avô fissurado nas histórias sobre alienígenas nos deixou um legado de desejo por estudos de ufologia.
Minha mãe conta que quando ela era pequena e até sua adolescência os OVNI'S estavam sempre se exibindo diante dos seus olhos verdes e ela sentia pavor por isso. Seu medo era tanto que ela começava a imaginar para que fossem embora. Seu gosto pelas estrelas passou a ser ignorado. Mas de fato eles esperavam algo dela. Nada de abdução, chips na cabeça como vemos na maioria das histórias. Tudo acontece através do pensamento.
Posteriormente eles deixaram de mostrar suas belas luzes e a exibição acabou em um determinado dia que uma nave passou por cima do carro que imediatamente ficou imóvel e meu pai descera para telefonar a meu avô para que pudesse buscar-nos. Sim, eu estava no banco de trás do carro, parado em uma estrada deserta. Eles trancaram o carro e desceram até encontrar o telefone público. O bebê no carro ficou e as luzes sumiram, assim como o carro voltou a funcionar.
Segundo minha mãe foi tudo muito rápido e ela tentava manter-se próxima de mim e de meu pai ao mesmo tempo, com medo que seus ;amigos machucassem algum de nós. Só que ela não pensou na possibilidade deles trocarem os bebês tão rapidamente. Foi nesse dia que eu surgi, e o outro bebê fora viver em meu lugar em outro lugar que até então eu não sabia qual era.
Sim eu sempre gostei de olhar as estrelas e gostaria de saber onde poderíamos alcançar. Gostava dos parques de diversões e comia algodão doce apenas por ser colorido e maçã do amor, ambos me deixavam enjoada e eu acabava por passar mal. A verdade é que se aquela menina humana que fora levada para viver em meu lugar gostaria de algodão doce e parque de diversões? Será que ela sente-se estranha lá onde vive? Adaptou-se bem? Lá onde ela está tem parque de diversões e algodão doce? Coisas melhores talvez?
Não há respostas porque tudo que eu aprendi nessa passagem pela terra é que nós não sabemos nada sobre o universo e que por mais que procuremos respostas elas são nulas. Porque apenas temos questionamentos. Eternos questionamentos, que não poderíamos sequer especular uma resposta, porque mesmo que o fizéssemos como já fazemos, só restariam dúvidas.
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