Fotografia e texto Diana Magnavita

A vida devia ser como andar de bicicleta. Dizem que uma vez que você ande de bicicleta, não desaprende mais. Não sei ao certo se isso é verdade e nem me lembro a última vez que andei em uma. Só sei que quando fui tentar pegar novamente depois de muitos anos, perdi totalmente o equilíbrio, mas realmente consegui guiar.
Na vida não é tão simples: Guiar os passos, as saídas de emergência, os guindastes pessoais. Não se precipitar pelas emoções, saber que existem vidas mais complicadas do que a nossa. Enfim.
Mas realmente a complexidade da vida está fora do meu alcance. As mentiras, traições, corrupções estão fora do meu entendimento. O sabor amargo do amanhecer, de todas as manhãs, levantar para sobreviver. Não falo em acordar e movimentar a vida, mas acordar e deixá-la queimando à luz do dia, criando raízes e posteriormente fincando na beira da praia e ao lado de bonitos coqueirais.
As pessoas humildes são mais felizes? Os pescadores e suas famílias são mais felizes do que eu apesar da ausência de riquezas materiais. Eles têm a natureza e mesmo sem estudos podem saber guardá-la como fonte de suas vidas. Eu não tenho razões para existir, todos os meus sonhos foram se esgotando com o passar dos anos e tudo que tenho hoje são gotinhas de esperança de que tudo irá mudar algum dia, mas não para mim, apenas para aqueles que eu amo e um dia amarei, pois me sacrificarei para que seus sonhos não se percam como os meus que perdi.

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