Sopro



Atiro minha tendência suicida
No tempestuoso oceano de lágrimas
E dedico a ninguém o importuno das minhas palavras
Se apropriando de um ser
Que nada mais é do que um sentimento vasto
De imensidões infinitas afundando por entre alabastros

Eu peco ao pensar,
Eu penso ao pecar.
Imersão de fado, contido e solado
Eu sofro ao pensar
Eu penso ao sofrer
De inexatidão inconsistente e proibida

Atiro sobre rochedos e candelabros minhas mentiras
Sussurro cada verdade em versos escondidos
De cada detalhe arrancado do assoalho
Um vulto vago de integridade
Lábios famintos, meio de indecisão
Caminho às escuras pela contramão

Eu choro ao pensar
Eu penso ao chorar
Nada esgota minhas lagrimas
Enxuta de melancolia

Meus olhos vermelhos vidrados no inverno
Paredes cansadas despejam suas mágoas em meu seio
E meu coração seco, entope as artérias infecciosas
Num lúgubre suspiro que apaga a ultima vela
Sopro...

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