
Como será daqui a 30 anos? Uma coisa está certa o futuro depende de mim, única e exclusivamente. Tudo que eu fizer irá refletir nele diretamente, em momentos bons ou não. Qual a vida que quero ter? Bom, desde criança meu sonho era ser artista, sempre cantava, dançava e representava, escrevia minhas próprias peças teatrais e em suma estava encontrando o meu destino ali. O tempo passou um pouco desde que a garotinha sonhava em ser artista e então, na adolescência suas idéias perderam o foco, mas o sonho persistiu em algum lugar dentro de si. Hoje, na juventude, com os pés no chão, ou de sapatilha, trilho o caminho que eu gostaria de viver: os palcos. O teatro sempre me fascinou, tal como o cinema.
Todo momento da minha vida, imagino que estou sendo vigiada 24 horas por câmeras e que eu sou apenas mais uma personagem, protagonista da minha historia. Bom, qual o rumo que darei a minha historia? Um bom roteirista se preocupa com todos os pormenores e eu ainda não sei nem o meio da historia.
1° Hipótese:
A mocinha entra para faculdade, desiludida com o curso, vive aos tropeços e se sente um peixe fora d’água na profissão. Parece não ser feliz, ter muitos anseios e poucas ações. Provavelmente irá se casar com um homem comum, constituir uma família e ter um emprego qualquer de pouca notoriedade. Uma vida comum. Comum ate demais. Filhos, marido, roupas para lavar, comidas para preparar, choro de criança, trocar fralda e o crescimento dos mesmos, enquanto o desgaste causado pelo tempo se tornará cada dia mais rápido na vida da mocinha e seu marido. Contas para pagar, preocupações tornar-se-ão outras e aquelas? Ah, aquelas? Morreram com a despedida de solteiro.
Dentro da primeira hipótese ainda existe a vida conjugal com um marido bem sucedido, para compensar o fracasso da mocinha profissionalmente. Uma família classe media, esforçada, as condições de vida que a mocinha teve ou ate melhor. A segunda pode ser um marido mal sucedido, fracassado, tanto ou mais que a mocinha. Falência, decadência. Infelicidade. No tarô a carta da torre. Vida boa ou ruim? Essa mocinha nesse curso da faculdade mal escolhido, nessa vida mal programada.
Se eu fosse essa mocinha parava de sonhar e arregaçava as mangas, metendo a mão na massa enquanto é tempo, mas essa mocinha já está perdida. A arte na sua vida vai se resumir em pesquisas noturnas na Internet, livros antigos do tempo de juventude, filmes da televisão, vídeo locadora ou cinema, teatro, se sobrasse dinheiro no final do mês. Teria que se contentar com a companhia da novela das oito e quando os filhos forem embora o vazio vai exalar por toda casa. O passado mofado vai ficar entalado toda noite na garganta com os sinais notórios da velhice. Viagens só pela Internet, musica nos rádios e marido reclamando todos os dias por qualquer coisa ou sendo indiferente. Com o tempo tudo desgasta, tudo precisa de uma manutenção, ou joga no lixo.
Casamento feliz vez ou outra. Escolhas vez ou outra, seus sonhos? Esqueça. Os sonhos agora são outros, para os filhos. O futuro é deles, bom você teve sua chance, seus pais viveram pra você, te deram de tudo. Desde as aulas de balé aos quatro anos ao ultimo Nescau antes do dia do casamento. A mocinha pensa na aula de matemática que faltou, na ressaca na véspera do vestibular, nos homens que passaram em sua vida, medindo para saber se é ou não melhor estar com esse que restou. O que mais pesa no arrependimento da “anciãzinha” foi não ter cursado outro curso na faculdade. Ter deixado o tempo voar. E como ele voou, quando ela menos esperou já estava tudo perdido e hoje uma anciã, é irreversível. Seus sonhos foram todos para debaixo da terra junto com sua família. Quem falava não ser mais uma no mundo, se tornou uma desconhecida para o mundo e não fez nada para mudar. E ela se lembra do conselho do melhor amigo, aquele que sempre lhe disse coisas boas. E então, bate aquela saudade dos amigos. O tempo levou todos e o casamento também, bom, pelo menos os amigos homens e algumas mulheres, só restou uma amiga da época da juventude, que mora há três quarteirões e nos tempos livres levam suas crianças para o banho de sol na praia mais próxima de casa e relembram a estupidez de não ter sido mais ambiciosa e comentam sobre aquela amiga que arregaçou as mangas na época devida e hoje (não mais amigas) ficam sabendo de sua vida pela Internet. Bom, e a mocinha? Vidinha levemente infestada de baratas, cidadezinha provinciana. Mais imposto, mais leite ninho, mais gastos.
Corta! Isso está um lixo. Não dá pra ser menos pessimista? Pode ser que a mocinha goste da nova vida... Sei lá. E não perca assim todos os amigos? Suposições, suposições... Elas sim me matam mais do que qualquer outra coisa. Esse filme provavelmente nem a dona de casa mais desocupada assistiria. Bom, poderia encerrar no velório do marido e as donas de casa chorariam emocionadas afinadas com a historia. O marido que poderia ser mocinho ou bandido morreria de doença ou de tiro.
O que faria essa mocinha se casar com um homem? Vamos supor: beleza física, inteligência, fascínio pelas artes? Viagens? Festas e badalações? Ele poderia ser um escritor, um musico, um poeta, um artista, ator, fotografo, amigo de infância, arquiteto, medico, ex-padre, algum piegas mal humorado que ao começar os sinais que está ficando calvo irá se tornar um homem monótono. Com o tempo tudo vai perder mesmo o sentido, por que não perder logo? O que mais a mocinha deseja em um homem? O que ela espera de um homem?
Bom, a paixão é burra. Pode se encantar com qualquer merda que aparece no caminho e acha linda. A paixão é um elo cego com a desgraça, ou não. O grande amor da vida? Não é possível que se encontre o grande amor da sua vida, já que se o planeta terra tem aproximadamente 510,3 milhões km², por que uma alma gêmea se situaria no mesmo espaço de tempo em um determinado local à sua frente? Se a terra tem 510,3 milhões km², supõe-se que para que alguém encontre sua alma gêmea deva percorrer todo esse caminho até que encontre um mero mortal para chamar de alma gêmea. Quanto tempo uma pessoa normal levaria para percorrer tantos km² em busca de um amor? Você seria capaz disso? Digamos que para se encontrar esse único e verdadeiro amor você tenha que percorrer 149,67 milhões km² aproximadamente. Tirando áreas de mares e oceanos, mas se no momento que você estiver passando por um determinado local e esse amor estiver em busca de você em um veleiro? Ou até mesmo em um avião ou de férias na lua, em marte ou ainda pior tiver morrido no acidente de avião que está sendo noticiado pela televisão.
A pergunta que não quer calar é por que encontrar essa tão esperada paixão juvenil? Por que o ser humano precisa buscar uma espécie de alterego no ser cobiçado? Bom, Freud explicou mas foi taxado de paranóico, Jung tentou no mesmo caminho, mas no final a resposta ficou um tanto subjetiva. O amor está mais próximo da psicose do que se pode imaginar, segundo Freud. torna-se uma repetição. na psicanálise existem dois tipos de amor cotidiano e
transferencial. A sexualidade é atraída pelo amor, como um imã, ou o amor à sexualidade, como preferir o leitor. Aristófanes afirmou que nossa natureza antiga era formada por três gêneros e não dois como é hoje, o terceiro gênero possuía os dois sexos, ou seja hermafrodita. Podemos então afirmar que é válido ainda o amor homo, pan, bi e etc. O amor referente ao libido ou Eros, como é chamado pela psicanálise inclui o amor a si, a família, aos objetos, ao próximo, aos animais e desenvolve o medo, ciúme, desejo sexual, ternura, carinho ao objeto em questão. Esse amor é uma busca por retorno. Ama-se da forma como gostaria de ser amado. Tapando os próprios buracos. O ser amado é onipresente em sua vida, passando a viver a vida do outro, como gostaria que vivesse a sua. Então, o que parecia flores torna-se algo próximo a loucura. Caligaris dizia que se os neuróticos organizam-se segundo um mapa terrestre, os psicóticos se organizariam segundo um mapa estrelar! Uma boa justificativa para os apaixonado que vivem em um mundo acima de suas cabeças, alienados com o sentimento extasiado, liberando endorfina ate que a morte os separe ou antes disso.
Quando Newton disse que a força de atração é proporcional à quantidade de matéria inversamente proporcional ao quadrado da distancia e a isso ele chamou de lei gravitacional, podemos comparar com a situação aqui explícita. Podemos calcular através da formula F=GMm/d² quão atraídos estamos por alguém. Pode parecer loucura mas através da constante gravitacional = 6,67.10 − 11Nm2 / Kg2 , a massa do seu corpo e do corpo cobiçado dividido pela distancia² desses Corpos você terá a força de atração por este objeto que chama de alma gêmea.
Para que eu não pareça cansativa devo explicar que isso não é uma historia que termina em duas ou três paginas, afinal eu não vivi em três dias e mesmo que tivesse vivido acho que por três dias vividos eu escreveria um livro inteiro ou pelo menos uma boa parte.
Então para que eu ainda não pareça uma solteirona chata e desiludida com a vida passarei a historia para hipótese 2:
Para isso você terá que aguardar ate o próximo capitulo: A minha historia- hipótese 2. Porque eu também sei fazer marketing pessoal.










1 comentários:
Eu amo meu cachorro mesmo quando eu vou fazer carinho nele e ele se retira na direção da minha outra cachorra que em tal momento está no cio.
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