Até setembro!

Luzes acesas

O céu parece em chamas

Mas meu coração está poluindo

As lágrimas, como gostaria que virassem cristais

Estaria rica...

Do que valem as lágrimas se delas não posso ganhar dinheiro

Do que vale existir se não sei viver?

O tempo passa impetuoso e não perdoa

Eu perco o controle

O medo, ódio distorcido engolem minha existência

Eu não sou ninguém

Quanto tempo espero por uma dessas luminárias em minha vida

Sim, achei que lutei...

Estou me tornando burra e sem esperanças

Estou me tornando seca e sem rumo

Sem futuro

Seria possivel eu sumir em minha existência cresta

Estou infantil, com medo de sombras que devoram sonhos

Eu estou solitária

O mundo acabou para mim...

Mas ainda há uma chance e estou me esforçando pra não perder

Eu a amo tanto que quero morrer dançando

No meio de um palco extenso de um teatro de arquitetura antiga

Quero partir para esse mundo distante

Não estaria fugindo

Estaria sendo encontrada...

Gostaria que meu sonho se tornasse real...

Eu desejo profundamente e tão intensamente

Que consigo desenhar em minha mente todas as possibilidades

Ilustrando cada passo no lugar que nunca fui

Angustia imaginar que poderei nunca encontrar esse lugar

E morrer em uma cama de hospital com pessoas inflamando doenças

E suas carnes oriundas de sofrimentos

Presa a um leito frio e desgastado

Lute ate o fim, ele me disse...

Não deixe que nada atrapalhe seus sonhos

Difícil explicar quem disse.

Um amigo. Um irmão...

Alguém que me ama.

Eu preciso existir por isso.

Preciso lutar por unicamente isso

Mesmo que haja fome

Mesmo que haja frio

Mesmo que nem todos os dias a felicidade esteja para uma visita

Se campos minados, homens-torniquetes ou tubarões urbanos

Tentem esmagar minha cabeça

Eu estarei ali, erguida, mesmo que esteja morta por dentro.

Sobe as escadas e ouve como cantar alivia dores emocionais

E a bailarina voa sobre os sofrimentos, voa sobre toda "tristesse”

Porque na consistência do seu corpo está a força de toda manhã

Cantando e sorrindo para o dia que chega enevoado.

E Francisco reverencia nas platéias

Deitando todas as noites levando essas lembranças

Mesmo que os medos infantis invadam

o quarto na madrugada de setembro.

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